segunda-feira, 16 de junho de 2008

Fragmentos

"Eram quase ave-marias. A sombra do crepúsculo ia de manso derramando-se pelas devesas silenciosas. A favor daquela funda e solene mudez, ouvia-se o débil marulho das águas do ribeiro, escorregando sob a úmida e sombria abóbada do vergel; um sabiá, pousado na mais alta grimpa da paineira, mandava ao longe os ecos do seu hino preguiçosamente cadenciado, com que parece estar acalentando a natureza prestes a adormecer debaixo das asas próprias da noite."

(O seminarista - Bernardo Guimarães;1872 )

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